Caros,
O incêndio começou às 18:18h naquele 15 de abril de 2019. Notre-Dame de Paris, o maior símbolo da França pegava fogo. Aquela Catedral onde, por séculos, a chama da Fé envolvera os fiéis, era agora envolvida pelas chamas.
A comoção foi imensamente grande. Um ano depois do sinistro, as promessas de doações ultrapassavam €1 bilhão. Vamos ver.
E vamos ver como ficará o restauro da Catedral. Já não existe Eugène Violet-Le-Duc, o grande restaurador dos monumentos franceses: da própria Notre-Dame de Paris, da Sainte-Chapelle, das Muralhas de Carcassone… Viollet-le-Duc era não apenas um grande arquiteto, artista, grande conhecedor da história da arte, mas sabia comandar uma equipe de outros grandes artistas para restauro de grandes monumentos.
Com o início da Guerra Franco-Prussiana (1870-71), Viollet-le-Duc ofereceu seus serviços como engenheiro militar, mas, afinal, a França perdeu a guerra. E aí vem a amargura no fim da vida.
Ora, Viollet-le-Duc era muito associado ao Segundo Império de Napoleão III. Com a derrota para a Prússia, a França passou a ser governada de forma confusa, e Paris ficou em poder da terrível Comuna, que odiava qualquer coisa ligada ao Segundo Império.
Em maio de 1871, Viollet-le-Duc teve de fugir. A Comuna de Paris posteriormente o condenou à morte. Viollet-le-Duc morreu em Lausanne, em 1879. Assim é a história dos homens: Viollet-le-Duc que tanto fez pela França, e pela beleza da França, e que nunca fez nada contra a França, teve de fugir, para não morrer. E morreu no exílio. A ideologia irracional, que mata quem é contra e mesmo quem não é a favor, que destrói e mata símbolos, a ideologia fazia sua triste entrada no mundo.
E aqui terminamos esta série de Notas sobre a Catedral de Notre-Dame, sua arte e espiritualidade e história ao longo dos séculos.