Caros,
Sobre as Teles e os Aplicativos, podem-se fazer muitas perguntas: Quem é mais desejado? Quem é mais poderoso? Quem condiciona quem? Quem se sujeita a quem? Quem vale mais nesse jogo? De quem os juízes e os parlamentares gostam mais? Será que as Teles escolhem os aplicativos que gozarão do zero-rating por quem paga mais pelo privilégio? Acaso alguém paga? Ou será que as Teles simplesmente não podem mais prescindir deles? Ou será que alguns aplicativos conquistam o gosto dos usuários, levando as Teles a não cobrarem pelo seu tráfego, como forma de manter o cliente?
Afinal, o Zero-Rating pretende proteger quem? O usuário ou o provedor do conteúdo, do aplicativo? Ou uma ideia? Se a prioridade é o usuário, se o conteúdo é relevante para o usuário, como privá-lo desse conteúdo se ele não conseguir pagar pelo tráfego correspondente? Não é mais proveitoso ao usuário ter algum Aplicativo de graça?
Se o acesso deve ser mantido mesmo diante de inadimplência, se é para ser gratuito, quem paga o investimento das Teles para a necessária infraestrutura? Os Aplicativos? O Governo?
Se as Teles cobram por seus serviços (e como não cobrar?), se os Aplicativos não pagam parte do custo das redes que suportam seu conteúdo (como não pagar?), se o serviço de acesso à Internet é essencial e deve ser universal (como não ser?), se não é para desconectar os inadimplentes (como não desconectar?), qual a saída dessa armadilha?
Esperamos que a saída não seja transformando o acesso à Internet em um Serviço Público. Ou alguma forma de Estatização…